Por Angélica de Pádua
“Quantos pães tendes?” Jesus (Marcos 8:5).
“Observemos que o Senhor, diante da multidão faminta, não pergunta aos companheiros: “de quantos pães necessitamos?” mas, sim, “quantos pães tendes?” Não te esqueças, pois, de que no auxílio aos outros não prescindirá o Senhor do auxílio, pequenino embora, que deve encontrar em ti.”
Emmanuel no Livro Palavras de Vida Eterna
Nossa entrevistada especial desse boletim é Márcia Maria Ramos, presidente do Grupo Espírita Mensageiros da Luz e vice-presidente da Federação Espírita do Estado de Goiás.
1) Conhecemos o seu grandioso trabalho por meio das obras sociais do Grupo Espírita Mensageiros da Luz e agora também por meio da Solidariedade Permanente da FEEGO. O que te motivou a atuar tão fortemente nessa área da caridade?
O trabalho que realizamos só é possível porque existem muitos corações generosos, somando esforço conosco.
A motivação para atuarmos na área da assistência, iniciou na década de 70, quando começamos a atender as pessoas necessitadas da região sul da grande Goiânia. E também, as invasões existentes em outros setores da cidade.
Posteriormente, quando assumimos a coordenação estadual da Área de Assistência e Promoção Social Espírita (APSE) da FEEGO, ampliamos o olhar sobre a importância de estarmos presentes, tentando amainar as experiências aflitivas da falta do pão, agasalho, mas, sobretudo de afeto.
2) Fazer o bem pode trazer benefícios a vida de uma pessoa? De que maneira?
A pessoa que faz o trabalho social, não o faz visando nenhum benefício para si, entretanto, como dizia o nosso querido Francisco Cândido Xavier: “O bem que você faz, será seu advogado em toda parte”, seremos auxiliados sim, pois, atrairemos a simpatia dos bons espíritos.
3) Muitas pessoas dizem não conseguir ajudar o outro por não dispor de tempo ou dinheiro. Podemos desmistificar os atos grandes, e dizer que é possível ajudar ao próximo com pequenas ações? Você poderia citar algumas destas ações?
Tempo será sempre questão de preferência, todavia, podemos afirmar que o disciplinado, conseguirá ocasião para realizar todas as atividades do seu interesse.
Face à questão financeira, um sorriso, aperto de mão, um pensamento de bondade, uma prece, não envolvem questões monetárias, estando ao alcance de todos, ainda assim, observamos quantidade enorme de pessoas que são desprovidas de sensibilidade para praticarem tais gestos de amor.
Jesus, Guia e Modelo da humidade, só teve de bem material a cruz, símbolo da redenção humana.
Francisco Cândido Xavier era desprovido de patrimônio material, no entanto, deixou para a posterioridade os livros e exemplos que, se seguidos, trarão felicidade e paz à Terra.
4) Ser mais tolerante e paciente com as pessoas e até com as próprias limitações da vida é uma maneira de fazer o bem?
A tolerância, a benevolência e o perdão das ofensas, constituem o BIP Divino, que os Espíritos orientaram a Kardec, na magistral sabedoria da questão 886 do Livro dos Espíritos, “verbis”,
“886. Qual é o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entende Jesus?
— Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas.
Enquanto não conseguimos colocar em prática o lecionado na citada resposta, vamos, com humildade, treinando e realizando a tarefa da assistência, porém, observando na prática de tal atividade, o lecionado por Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier, na esclarecedora mensagem, que segue transcrita:
O ASSISTIDO
Diante daqueles a quem socorres, não admitas que a caridade seja prerrogativa unicamente de tua parte.
Enumera os bens que recolhes daqueles a quem amparas.
Habitualmente doamos aos companheiros necessitados algo do que nos sobra, deles recebendo muito do que nos falta.
É preciso não esquecer que da pessoa a quem assistimos obtemos benefícios substanciais, como sejam:
a verificação de nossas próprias vantagens; o
o conhecimento das responsabilidades que nos competem, à frente dos outros:
o aviso salutar, com relação aos deveres que nos cabem, na preservação dos bens da vida;
a paciência com os nossos obstáculos e males menores;
o ensinamento da provação com que somos defrontados;
a aquisição de experiência; as vibrações de simpatia;
o auxílio que recebemos para sustentar mais amplo auxílio aos outros;
o consolo nos sofrimentos que, porventura, nos fustiguem;
o crédito moral que se registra, a nosso favor, na memória dos espíritos encarnados e desencarnados que amparam a criatura em crise e empeços maiores que os nossos.
Serve a benefício dos semelhantes, tanto quanto possas e como possas, em bases da consciência tranquila, sempre que encontres o próximo baldo do equilíbrio, espoliado de esperança, sedento de paz ou cansado de angústia, nas trilhas do cotidiano, porque a caridade é sempre maior nos dividendos para aquele que dá. Por isso mesmo, temos no Evangelho do Senhor a advertência inesquecível: “mais vale dar que receber”.
Emmanuel — Livro Caridade
Participe da Campanha Solidariedade Permanente
Mais informações: https://www.feego.org.br/doe-amor