Por Marinho — Espírito; Angelo Dias — Médium do PAE (Posto de Auxílio Espírita)
Página recebida na Reunião de Psicografia em 05/10/2016
Dentre as fábulas fabulosas que todos conhecemos desde pequeninos, uma das mais fascinantes é a da corrida entre o coelho e a tartaruga. No final convencional, o coelho, jactando-se de sua velocidade, tira uma gostosa soneca na beira da estrada, o que o faz perder o certame, pois o quelônio paciente atinge, por fim, a linha de chegada. Moral da história: com perseverança e método se vai ao longe, e com orgulho é que se acaba ficando para trás em tudo.
Venho, por meio desta, propor uma outra visão da tão propalada história. Era uma vez um coelho alegre e feliz, que corria, corria, que estava sempre preocupado em fazer alguma coisa, em agir. Não dormia nunca no ponto, não o pegavam desavisado a preguiça e a estagnação.
No Centro Espírita em que trabalhava o orelhudo amigo, havia um companheiro que, revestido de grossa carapaça, feita de anos de sofrimento e dor, de maus tratos emocionais, levava os dias tentando vencer o marasmo e o desânimo. Quando alguém oferecia o menor conselho que fosse, ele retraía a cabeça e se enfurnava em si mesmo, demorando uma era para botar de novo a carinha enrugada no sol.
Pois um dia, o Pai Celeste, compadecendo-se de ambos, seus filhos lutadores na senda da reencarnação, resolveu permitir que uma gincana de trabalho ocorresse naquela casa de bênção. O objetivo era que se fizessem cestas de alimentos e kits de brinquedos para serem distribuídos no Natal que se aproximava.
O trabalhador coelho saiu na frente, todo feliz, arrumando logo o que fazer. E tão rápido ia que só de relance se apercebeu que o irmão tartaruga ainda lutava por saber em que direção seguir. Movido por impulso fraternal, o bondoso dentuço resolveu desacelerar um pouco, e mais outro tanto, até que socorreu o amigo em câmera lenta a agir por vontade própria, mas com seu consórcio.
E ele o fez de tamanha boa vontade, que permitiu que o cascudo chegasse na frente e recebesse os louros e os abraços. Secretamente, porém, o amigo roedor também fez sua cota de serviço, mas só de Deus recebeu sua medalha.
Com esta nova visão, queremos estimular os irmãos a trabalhar sempre ao sabor das diferenças, porque se Jesus não esperasse por nós, onde estaríamos?
No certame da Messe, todos vencem, e cada um tem direito a seu salário, aquele que o Senhor da Vinha achar por bem oferecer.
Meu abraço ligeiro a todos!
Marinho