Por Eduardo Vieira Mesquita
(Presidente do Conselho de Administração da Feego)
Se buscarmos as reminiscências do cristianismo primitivo, encontraremos significativas passagens em que os jovens, de forma destemida e consciente, deram suas contribuições para a implantação da “boa-nova” no mundo.
Dos 12 apóstolos convidados por Jesus para a tarefa de semear o evangelho no planeta, de acordo com fidedignos historiadores e segundo afirmativas encontradas na literatura espírita, apenas dois teriam sido de idade madura: Simão, o zelote, e Tiago, filho de Alfeu, porque o próprio Simão Bar-Jonas (Pedro) seria homem de apenas 40 anos de idade por ocasião da crucificação do Mestre, conforme observação em torno dos Evangelhos e dos Atos dos Apóstolos. Os demais, até mesmo Judas Iscariotis, seriam personalidades de vinte e tantos e trinta e poucos anos de idade.
Nesta senda de reflexão, pensando na pequena assembleia dos 12 apóstolos e desdobrando o conjunto dos colaboradores da primeira hora, destacamos a dúlcida figura de João Evangelista, que à época do Calvário contava com cerca de 20 anos de idade, um adolescente, portanto, que se iniciou no apostolado com menos de 20 anos. Análogo à condição de João, o evangelista, encontraremos também a figura de João Marcos, por sua vez, outro evangelista, que era ao tempo de Jesus um rapazote quando se iniciou nos serviços do Cristo com seu amigo e instrutor Simão Pedro. Outra personalidade marcante, porque não dizer comovente, fora o jovem Estevão, uma das mais doces figuras daqueles dias difíceis, o primeiro mártir do Cristianismo, depois do próprio Jesus; era pouco mais que adolescente ao ser lapidado. Jovem também era o grande Paulo de Tarso, ao se dedicar à causa de Jesus para todo o sempre: “(…) e as testemunhas (da morte de Estevão), tomando-lhe as vestes, as puseram aos pés de um mancebo chamado Saulo”, esclarecem os versículos 55 a 58 de Atos dos Apóstolos.
Se nos debruçarmos sobre as obras e registros mais recentes de nosso tempo, invariavelmente, encontraremos jovens que se projetaram no mundo como exemplos de virtudes inesquecíveis, a exemplo de Francisco de Assis, chamado “O Cristo da Idade Média”.
Não obstante inúmeros outros ícones, na história do espiritismo não é menos significativa a impressionante falange de juventude e mocidade convocada para os misteres da 3ª revelação. Jovem de vinte e poucas primaveras era Léon Denis, o grande pensador espírita… e porque não recordar Camille Flammarion, que desde cedo iniciou seus trabalhos no campo da astronomia e, como Denis, se tornou médium de Allan Kardec, assim como foram, no início, as jovens sensitivas Julie Baudin, Caroline Baudin, Ruth Japhet e Aline Carlotti, que colaboraram com o codificador na confecção da 1ª edição de O Livro dos Espíritos.
No Brasil, não menos jovens, podemos destacar a venerável Zilda Gama, com seu primeiro livro mediúnico Na Sombra e na Luz; Carlos Mirabelli, produtor dos mais significativos casos de materialização de espíritos em nossa pátria; e também Yvonne Amaral Pereira, que aos 12 anos de idade escrevia mediunizada sem saber. E como não lembrar de Francisco Cândido Xavier, que aos 21 anos de idade veio a se revelar ao mundo com o livro Parnaso de Além-Túmulo, para prosseguir numa ascensão mediúnica apostolar com o Cristo.
Se rebuscássemos as páginas históricas, com vagar, outros encontraríamos para reforçar nossa reflexão de que os jovens sempre estiveram trabalhando decisivamente na seara do Mestre Jesus.
Trazemos esta singela reflexão, pois que no dia 13 de novembro comemora-se o “Dia da Juventude Espírita”, representando o ato histórico da unificação das Mocidades e Juventudes Espíritas, inspirado por Leopoldo Machado e outros trabalhadores, ocorrido no mesmo ano e logo após a celebração do Pacto Áureo, que se deu aos 5 de outubro de 1949.
Em Goiás, ao longo de décadas, neste mesmo espírito de união, inúmeras foram as iniciativas e trabalhos realizados pelos jovens na difusão do espiritismo, seja no âmbito dos Centros Espíritas da Capital e do interior do Estado, seja no seio do movimento espírita federativo liderado pela Federação Espírita do Estado de Goiás (FEEGO).
Nas últimas décadas, destacadamente, viu-se surgir o Mocizade, se traduzindo, justamente, como vetor de amizade entre as Mocidades Espíritas do Estado de Goiás. Projeto desenvolvido pelo Setor de Juventude da FEEGO, o Mocizade resgatou a histórica participação dos jovens no movimento espírita goiano e vem cumprindo esta missão de acolher e integrar os jovens nos trabalhos da seara do mestre Jesus.
À guisa de maiores informações acerca do trabalho do Setor de Juventude da FEEGO (Mocizade), que vem sendo tradicionalmente dirigido pelos jovens, compartilhamos trecho final de mensagem recebida no dia 6 de março de 2011, pelo médium Jacobson Sant‘ana Trovão, por ocasião da reunião de Líderes da Juventude Espírita do Estado de Goiás, ocorrida no 27° Congresso Espírita Estadual: “Vim abraçar-vos pessoalmente para dizer, vamos juntos, somos companheiros, somos amigos, somos irmãos e ainda vibra no nosso coração a chama da juventude que nunca que se extingue, pois que é a chama da juventude do Cristo. Beijo as mãos de todos vocês, jovens amigos meus, filhos de meu coração, amados de minha alma e um abraço deste companheiro de ombro a ombro, Leopoldo Machado.”
Avante, Juventude!!!
